terça-feira, 28 de outubro de 2008

Do outro lado tenho tudo



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Eu fiquei pensando, pra variar, pensando, pensando o que dizer...
Mas ai me dei conta que o mais simples é o melhor, a verdade é melhor, e a verdade que tenho pra você é simples.
Amo, assim simplesmente, com minhas caras feias e palavras "difíceis", com o jeito brabo de ser meiga e carinhosa, só pra você mesmo, só. Amo com todos os defeitos seus que cabem exatamente em mim, e todas as qualidades suas que amparam meus defeitos e os transformam pra melhor.
Eu confio nas suas palavras, e você sabe que escuto, mas confio muito mais nas ações, e você sabe que espero.
Confio ainda mais em nós, juntos, como você disse, e eu acredito, é assim que tudo funciona melhor.


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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sempre e mais uma vez


Como dói se decepcionar, claro que dói, como dói!
Não sei mais se é certo, mas espero de tudo uma parte que me doa, que me atinja do jeito que nem me contorcendo eu possa escapar, e me imobilize, me prive de ter esperanças de tão real que é, de tão grande, de tão perto, de tão íntimo.
Há coisas que doem, claro que doem, e como doem!
O que é mais cruel do que não poder ter esperanças? E isso é só, como se fosse pouco, o que as decepções arrancam de nós.
Não sei mais se é certo, mas firmei aqui dentro - como uma idéia impregnada - que elas sempre virão, estarão em tudo sempre, as decepções, serão a outra face da verdade de que não poderemos fugir.
Se é com as coisas que mais temos segurança, e nas pessoas que mais depositamos confiança que a tal decepção se nos apresenta quase sempre pela primeira vez, há mais o que firmar no peito que não seja desesperança, ainda que com leve sabor de fé ?
Eu disse: o melhor a fazer é aprender a aproveitar os momentos, bons e ruins, porque as histórias se repetem, sempre, sempre e mais uma vez, e as decepções não escaparão, elas nunca perdem a hora, nunca faltam, os bons momentos é que se esquecem de vir, e se arrastam, e se atrasam, se atrapalham, eles é que vacilam, porque é neles que depositamos nossa fé - pouca minha- é neles que acreditamos, e só por isso eles nos são falhos.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Um domingo de muitas faces


“ ...O amor é um domingo.
Cansado - cansado das falsidades, cansado das máscaras, cansado de mostrar faces feias e não verdadeiras às pessoas, e continuamente reprimindo seu ser - a pessoa quer alguém com quem possa ser ela mesma totalmente - relaxada, à vontade, tranqüila.
Se a sua verdade for aceita, se você for aceito, somente então este é um amor que vale a pena. Então você cresce através dele.
Tudo isso é belo. Tudo isso são notas de uma grande harmonia. E quando você ama uma pessoa, você ama essa harmonia e aceita tudo que compõe essa harmonia.
Algumas vezes está chovendo... Algumas vezes é muito frio e outras vezes é muito quente. E exatamente desse mesmo jeito, o clima humano vai mudando, todas as coisas vão mudando. Quando você ama uma pessoa, você ama todas essas possibilidades. Infinitas são as possibilidades e você ama todos os matizes e tons. "





Recebi por e-mail, de autor desconhecido.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Muito embora fingida, hei de sucumbir aos sorrisos, contra os quais ainda me protejo com pecados secretos e imaginações sem limites; jamais me culparei por tamanha imperfeição, é a delícia da liberdade que me dou...

domingo, 19 de outubro de 2008


Para as coisas que não tem nome e parecem felicidade chamo de hoje.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

E meu delírio é a experiência com coisas reais


Calem os discursos de filosofia acadêmica, calem seus olhares arrogantes e desfaçam suas posturas pretensiosas perto de mim, não venham com suas caras feias, e só eu sei o quanto, insuportáveis!
Porque os dias são feitos de ventos que quase me carregam pelos ares na esquina onde dobro quando volto da lanchonete ou do salão, e o salão faz meu dia quando penso em ficar bonita porque o espelho é quem manda e eu não sei não me olhar nele todos os dias, de minutos em minutos, então os dias são feitos de reflexos, meus, diferentes reflexos meus. E os dias são preenchidos pelas palavras certas, aquelas que eu não leio em nenhuma página marcada pelas memórias dos intelectuais amargos, frustrados e sozinhos. Os dias são cheios da raiva da mesma lengalenga das manhãs, da paciência, ou dá vontade de tê-la quando tudo em mim grita e ferve de uma maneira assustadora e desconhecida. Porque os dias são feitos de tempo, tempo, tempo e mais tempo, curto ou longo bom ou ruim, tempo pra tudo, tudo no tempo, certo ou errado, tempo que leva sempre só o que você quer e o que quer jogar fora ele demora, demora e demora... E se transforma no tempo que eu odeio.
Porque os dias são as realizações mais simples, das conversas caladas, das aventuras secretas, no desconhecido tão óbvio, no conhecido tão esquecido, as simplicidades menores dos pequenos descobrimentos de mim mesma.
Afasto as idéias retas, as verdades absolutas, me lanço na covardia e na coragem dos meus paradoxos, se tenho veneno é por escolha, e os dias são sempre mais que as teorias que não aprendo; não aprendo nenhuma filosofia, porque filosofia não é de se saber. Porque a lua não aprendeu a me falar do que sabe, só me olha e aumenta minha agonia de não conhecê-la, porque só ela poderia me dizer de filosofia, de saber, de ser, de estar.
Porque os dias são feitos de sustos, e de cansativas repetições, porque são os dias, mesmos dias, dessa filosofia imensa de existir.




- A lua tava linda, linda mesmo hoje.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Quando se tem pouco a dizer de si mesmo


Qualquer espelho poderia refletir-me, conter-me e despir-me ante as tantas perguntas; qualquer um que não mostrasse apenas o que vê e não fosse apenas superfície, qualquer um que não dissesse a mentira de todos os olhos ...
Ainda que pareça que minha vida dobra-se às circunstâncias, se não me restasse questionar uma única vez que fosse sobre mesmo a importância do que penso seria sim uma vida carregada pelo tempo, jogada numa existência sem registro; e toda vez que sinto sucumbir à ordem inconsciente das coisas, e me sinto um fantoche das vontades alheias, reafirmo um conforto, ainda que medíocre, de saber sentir, ainda que sentindo que o pensar pese em mim ...

sábado, 11 de outubro de 2008

Não quero conter em mim o espinho da rosa


Sempre há um espinho na rosa, a espreita de uma contemplação descuidada.

Coragem, coragem, coragem! Pra pensar nas coisas que eu devia e não no filme que vai passar ou de quem é a música que eu escutei na novela...
Vontade, vontade, vontade! Pra ser mais e fazer mais, porque de menos já tenho tudo.

Quando amo sou uma boba, quando não, sou nada.

Simone de Beauvoir




" ...nossa existência é uma morte lenta? É evidente que não. Semelhante paradoxo desconhece a verdade essencial da vida: ela é um sistema instável no qual se perde e se reconquista o equilíbrio a cada instante; a inércia é que é o sinônimo de morte. A lei da vida é mudar. "



"... olhava no espelho aquela que eles viam: não era eu; estava ausente, ausente de toda parte: onde me encontrar? Enlouquecia. 'Viver é mentir', pensava, sucumbida; em princípio nada tinha contra a mentira, mas praticamente era esgotante fabricar incessantemente máscaras para mim. "

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Por ninguém e por nada


Confissões e trocas de olhares macios numa noite preparada, combinada com o tempo e o resto da cidade pra alimentar desejos guardados. O mar como testemunha de um quase amor passado, presente nas carências frustradas; coisas indizíveis cobertas de silêncio, e no fim ele não passa de um fardo...
Eu bem queria ser uma louca, dessas que dá o coração a quem vier, que se despe dos preconceitos e esquece a psicologia dos traumas de infância. Eu bem queria ver meu orgulho se espatifar e dizer que sim sempre, mas falta muito pra superar essa muralha. E no fim...

Além de devaneios e preguiças...

Eu tinha pensado em tanta coisa... Aliás, pensar é uma droga.
E droga é tudo aquilo que tem na minha lista de coisas preferidas, escolhas idiotas e tombadas no caminho.
Assisti o “Sem censura” e vi a Fal Azevedo, escritora e blogueira, e me deu uma inveja (inveja boa! ou não...) dessas pessoas que chegam lá de pouquinho, que perseveram, eu não sei nada dela além de umas poucas confissões que li no blog (dropsdafal.blogbrasil.com), mas me parece sim que suas conquistas foram galgadas com cuidado e garra.
É, ta na cara que eu quero uma coisa assim né...
Conquistar, ainda que sejam as pessoas com quem não convivo, mesmo não fazendo esforço, um sorriso, uma palavra que alguém confessa não ter dito a mais ninguém, conquistar mesmo a mim, nos meus dias difíceis de me agüentar e olhar no espelho as injustiças da genética, ou marcas de frustrações mal digeridas, conquistar os amigos de sempre com as chatices de sempre e problemas-não-existentes de sempre, e até os amigos com a constante irritante felicidade de sempre. Conquistar é uma conquista mesmo, deixar um lugarzinho meu em alguém, num lugar, num instante, numa noite mal ensaiada que sai perfeita como acontece com todas as coisas mal ensaiadas.
Vou deixar de ensaiar minha vida.
Deve ter um espaço pra mim além de devaneios e preguiças, além de vontades incontroladas e coisas mal resolvidas.
Vou tomar banho e estudar pra chegar lá mais rápido.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Senhas


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O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto


Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem

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Adriana Calcanhotto
08/10/2008 No Dragão do mar/Praça Verde

domingo, 5 de outubro de 2008

Devaneios de domingo


“Os tempos realmente estão mudando”
Não consigo entender essa frase como verdadeira, cada vez mais enxergo que as coisas apenas se repetem, e não há espaço para diferenças, verdadeiras diferenças. Assumir-se diante do mundo é muito mais do que dizer umas palavras, vestir umas roupas, defender conceitos... O que seria mesmo se assumir? Parece-me tão grande coisa, um grande esforço, ou coragem, mostrar a cara e dar-lhe a quem quiser bater, pois sempre haverá um, e muitos... Assumir os defeitos que são camuflados de todas as formas possíveis, assumir as fraquezas, os medos, assumir a arrogância, a audácia, quem será mesmo capaz de se revelar? E como seria possível buscar identidade se faltam tantas respostas pras coisas mais casuais, se o tempo pode mudar tanto e ainda assim existe uma facticidade rondando a condição frágil da existência humana.
Viver e existir trata-se da mesma coisa? Há escolha pra quem não concebe a existência como um acerto de contas com um ser superior? A vida não é cumprir dever e esperar a hora derradeira, e não pode ser só uma condição pra dar movimento a existência. O que é a vida? Onde posso enxergá-la? Como fazê-la? O que sei é que estar é muito melhor que simplesmente ser.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

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Dei às minhas escolhas muitas possibilidades, aos meus caminhos razões quase compreensíveis, quis ter controle sobre meus impulsos, quis ser dona das minhas vontades. Mas minhas escolhas quiseram o que era menos provável, meus caminhos não escolheram ter razão, eu não pude me conter, nem ter o que quis.
Os textos deste blog são de minha inteira autoria, excetuando eventuais publicações de autoria de terceiros que são devidamente reconhecidas.
Agradeço, de coração, a visita !



Cinthia Freitas