segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Se eu souber de liberdade...
Seu eu souber falar de liberdade deve ser quando no instante em que me entrego aos desejos, e quando digo não sei, quando grito, quando choro de verdade. Se eu souber algo de liberdade deve ser quando deixo de tanto querer e me encontro numa satisfação, deve ser quando fecho os olhos e consigo ver, deve ser quando me dou as ambigüidades do que me rodeia, dever ser quando me lanço na minha própria ambigüidade, sem querer saber o que, quem, por que, liberdade deve ser alguma coisa de se lançar, deixar ser...
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Ao escolher o não, escondo das vistas o sim que me grita, sempre latente; uma escolha, muitas escolhas, tudo são escolhas, cada coisinha que passa pelos meus dias, cada pedaço de suspiro num instante vagabundo, são minhas escolhas, cutucando o marasmo alheio; quanto mais me dou, ainda que nunca sem nada em troca, mais me estampam as falhas óbvias, como se eu fosse a única e minhas idiossincrasias alarmassem uma anormal. Não. Cada renúncia diante de uma escolha assinala uma dor, uma falta, um espaço, onde tudo poderia haver que fosse melhor do que escolhi, a pergunta, o mistério dos quereres; como todas as coisas são, exclusivamente cheias de suas particularidades surpreendentes, até quando incrivelmente enfadonhas, são as coisas como elas são, e minhas escolhas não serão nunca as melhores, serão apenas minhas escolhas.
E se aos meus olhos a decisão (escolha) me mostra uma explosão, um clarão, um arrepio, um sentimento, é aí que me torno uma verdade, uma coerência, um melhor caminho, uma identidade, com meus neurônios a funcionar avisando que se aquilo ou isso ou qualquer coisa que eu quis me sacudiu, então não sou só uma idiota a repetir versos e nexos, sou uma idiota a viver por algo, meu, meu e meu, porque depois de crescer alguns centímetros e passar alguns aniversários é permitido ter opinião, ainda, e sempre, que seja dar a cara à tapa. E digo, bata com força...
domingo, 21 de dezembro de 2008
Simone de Beauvoir
“(...) E, na verdade, fora da existência não há ninguém. O homem existe. Não se trata para ele de se perguntar se sua presença no mundo é útil, se a vida vale a pena ser vivida: são questões destituídas de sentido. Trata-se de saber se ele quer viver e em que condições.
Mas se o homem é livre para definir ele próprio as condições de uma vida válida a seus próprios olhos, ele não pode escolher qualquer coisa, e agir de qualquer modo? Dostoievski afirmava: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. Os crentes de hoje retomam para si essa fórmula. Restabelecer o homem no cerne de seu destino é repudiar, pretendem eles, toda moral. Entretanto, estamos longe de que a ausência de Deus autorize toda licença; é, ao contrário, porque o homem está desamparado sobre a terra que seus atos são engajamentos definitivos, absolutos; ele carrega a responsabilidade de um mundo que não é a obra de uma potência estrangeira, mas dele mesmo, e no qual se inscrevem tanto suas derrotas como suas vitórias. Um Deus pode perdoar, apagar, compensar; mas se Deus não existe, as faltas do homem são inexpiáveis (...)
Cabe ao homem fazer com que seja importante ser um homem, e apenas ele pode experimentar seu êxito ou seu fracasso. ”
'Por uma moral da ambiguidade'
domingo, 14 de dezembro de 2008
Num desesperar sem razão, com minhas manias a comandar, do ócio do tédio tirando minha paz, única e tão pouca, o desesperar dos nós da vida, das tolices do ego, da ignorância escondida.
Num engolir seco das perguntas sem respostas, um eco das vozes de sempre, e dizendo minha consciência “bem feito” escuto uma música que é pra alimentar o diabo e dançar nessa escuridão de agora.
É fugindo das obrigações, pendurada nesses pensamentos, achando nexos, dobrando as palavras, pra acabar na mesma agonia, da desilusão, da arrependida...
Hoje é domingo, num tom de sozinha...
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
porque não poderia faltar...
"
NÃO QUERO TER A TERRÍVEL LIMITAÇÃO DE QUEM VIVE APENAS DO QUE É PASSÍVEL DE FAZER SENTIDO
"
" Clarice Lispector nasce em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro, tendo recebido o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Seu nascimento ocorre durante a viagem de emigração da família em direção à América. "
Assinar:
Postagens (Atom)
Os textos deste blog são de minha inteira autoria, excetuando eventuais publicações de autoria de terceiros que são devidamente reconhecidas.
Agradeço, de coração, a visita !
Cinthia Freitas
Agradeço, de coração, a visita !
Cinthia Freitas