terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Divagando...#2

Nos segundos em que a coisa passa aqui por dentro, e o corpo vai se envergando pra suportar, na cabeça passa a pergunta certa, a solução e o tamanho dessa coisa que deve caber por tempo necessário. Mas aí é num instante só. E nesse mesmo ritmo o descontrole e o irreconhecimento aumentam; já alí a pouco escapa todo esforço capaz de compreender, e é uma imensidão a ignorância de si mesmo, e a mancha que o silêncio deixa.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Divagando...

Atrás dessa porta tem algo que vale a pena. Entre. Não fique parado aí, só olhando. Alguma coisa pulsa em você também? E te inquieta? O que te segura aí? Venha.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Escrevo cartas pro mesmo endereço

Talvez o inconsciente guarde mesmo as coisas do tempo, e faça isso sem que a gente tome a menor noção superficial. Já li sobre esses poderes intangíveis, que se manifestam num momento que se quer por si, sem que tenhamos um mínimo de domínio. Às vezes, as pessoas com quem partilhamos alguma intimidade nos servem como esse inconsciente. Elas vão nos alertando de pouco, com o olhar seguro e sábio de quem está de fora, muito embora nem sempre estejamos no tempo de acatá-lo. E aí o momento chega, aquele momento que se faz e se quer, mesmo sem compreendermos ou estarmos prontos para ele; o inconsciente chega pra fazer seu trabalho, descarrega decisões que nem sabíamos precisar. O tempo é poderoso e com ele nunca andei muito em acordo. Sou urgente, e ele me testa em caminhos, faz rodeios. E mais uma vez ele chegou sem que eu pedisse, que eu quisesse ou entendesse; estou aqui agora, sem saber o que fazer com isso. Ah tempo... Já se sentiu em desacordo com seu tempo? Com o que ele faz de você? Algumas pessoas diriam que tudo já estava anunciado, outras nunca entenderão, e eu... Eu entendo, mas como disse, não ando muito de acordo com meu tempo, algumas mudanças eu quero guardar. Tanta coisa se desfaz tão facilmente, que às vezes eu só quero desesperadamente que algo permaneça.
Ela estava sentada ali esperando o destino. Embora não se permitisse acreditar tanto nele, o que explicava a raiva que escondia no canto da boca mordido, dos últimos insuportáveis acontecimentos. Ela estava sentada ali esperando novas perguntas. Porque sabia que as respostas daquelas perguntas que tinha não chegariam, ou se chegassem, viriam num tempo que não seria mais o dela. Ela estava sentada ali experimentando o tempo. Ela sabia que algumas coisas não lhe cabiam, e que para outras ela estava descobrindo encaixe. Ela estava apenas sentada ali, na vida... Era o possível por enquanto.
Os textos deste blog são de minha inteira autoria, excetuando eventuais publicações de autoria de terceiros que são devidamente reconhecidas.
Agradeço, de coração, a visita !



Cinthia Freitas