sexta-feira, 28 de janeiro de 2011


Então deixa vir, deixa correr pra fora, pra longe ou pelos lados, escorrer, pingar, escapar...
Pensei que podia, que minha cabeça funcionaria com força mesmo separada do meu coração. Pensei que sabendo a coisa certa, era só o que precisava, era causa ganha, batalha logicamente vencida.
Não, meu coração tem ainda o dever do luto, precisa cumprir as etapas, tentar respostas para as questões que nunca foram, e nunca serão resolvidas, ele precisa atravessar a revolta do fim.
Há uma urgência em mim agora, de provar o gosto amadurecido de uma relação, mas claro só estou fazendo, querendo, tudo às avessas, de novo. Não me dei tempo pra sofrer. Estou sofrendo pelo que ainda não tenho, mas é porque sinto, todo o tempo, o que perdi.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Eu não tenho portas abertas, e nem preciso estar do lado de dentro segurando a maçaneta, apoiando o peso do meu corpo. Mas fico emperrada, se o tempo corre rápido e se não corre também. Preciso mais dele que ele de mim, preciso dele exato.
Não sou como as outras pessoas, as simples, as que têm portas abertas mesmo nos tempos difíceis, que saem e entram à vontade e deixam sair e deixam entrar. Eu não, estou aqui dentro, não me tiro daqui, ninguém me tira daqui.
Algumas vezes procuro palavras alheias, frases bem configuradas, idéias bem arrumadas, coisas de gente que já morreu, coisas de quem se acha muito vivo, e quando nenhuma dessas buscas funciona, lembro de um lugar [in]falível, confortável: eu.
Tenho janelas abertas, pulo por elas quando é preciso sair de mim. Por elas vem o que precisa ser menos eu. Mas, tendo portas fechadas, vezes muitas somente eu me basto, e as idéias e palavras que procuro não completam porque, à portas fechadas, eu sou só, somente.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tecendo outro enredo

Você queria esse amor com história longa no calendário, você merece um pouco, todo mundo que sonha e quer coisa assim tão boa merece, mas você esquece de dar uma força pra acontecer. Não é fácil amar.
Não posso pensar com a memória porque machuca demais ter a cabeça tão boa agora, então, me distraio, embora até as letras casuais do meu caminho formem teu nome por onde passo.
Respeito teu limite de caráter, mas não abro mão do meu. Feitas as escolhas, aqui estamos... Novo caminho, novo ano, embora a história permaneça enraizada com os detalhes que não me poupam. E embora corra uma nova alegria por meu labirinto interior.
Nesse ângulo me vejo melhor, certezas bem postas, pé ante pé, estou indo. Melhor, já fui, já estou além.
Os textos deste blog são de minha inteira autoria, excetuando eventuais publicações de autoria de terceiros que são devidamente reconhecidas.
Agradeço, de coração, a visita !



Cinthia Freitas