segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

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Eu engulo com amor você, eu engulo a dor, eu me escondo e eu me mostro, pra você que não me vê, pra você que não me têm eu me dou, que é pra desperdiçar o que eu for, que é pra estragar o que restar de mim...

Não que eu queira fugir da minha companheira solidão e não que eu queira ser tão sozinha, mas é pra você que eu dedico a vida, é em você que eu lanço meus sentidos, nos seus itinerários, no seu gosto duvidoso, no seu riso fácil, eu lanço meu veneno e amor de boa vontade.

Eu engulo, engulo e guardo como que contendo toda minha essência, tudo escondido nas entranhas, fruto do que eu não quis e senti e quis e não pensei, eu guardo você pra ser minha confissão, minha razão, minha fuga ensaiada.

Você não sabe, mas eu sei, eu sonhei tantas vezes, eu desejei um amor pra vida inteira, e ainda quero, mesmo com tanta falta do que é preciso em você_ um carinho quando eu me distrair, uma surpresa pra me calar_ mesmo com tanta falta quero, porque ando na contramão, na contramão até de mim, do que acho que quero, do que penso que escolhi, eu ando na direção contrária pra chegar a qualquer lugar.

Eu engulo esse amor porque é feito sem medida, e de bem estar sem tamanho, torto, do jeito certo que veio, intranqüilo, santo e puro, e porque engulo tudo que me vem provocar, perturbar, remexer.

O que vou fazer de tudo que guardo não quero prever, mas quero você aqui, me acolhendo com teu pouco discernimento de mim, mas com muita coragem em me ter...

2 comentários:

Anônimo disse...

lindo e delicadamente submisso!
a submissão me dói bastante, por isso que a principio estava achando dificil de "engolir"... mas a delicadeza das tuas nuaces fez com que a submissão fosse menos mal!
adorei!!!

Frido disse...

tem coisas que deixam a gente sem palavras...

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Cinthia Freitas