quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Eu não tenho portas abertas, e nem preciso estar do lado de dentro segurando a maçaneta, apoiando o peso do meu corpo. Mas fico emperrada, se o tempo corre rápido e se não corre também. Preciso mais dele que ele de mim, preciso dele exato.
Não sou como as outras pessoas, as simples, as que têm portas abertas mesmo nos tempos difíceis, que saem e entram à vontade e deixam sair e deixam entrar. Eu não, estou aqui dentro, não me tiro daqui, ninguém me tira daqui.
Algumas vezes procuro palavras alheias, frases bem configuradas, idéias bem arrumadas, coisas de gente que já morreu, coisas de quem se acha muito vivo, e quando nenhuma dessas buscas funciona, lembro de um lugar [in]falível, confortável: eu.
Tenho janelas abertas, pulo por elas quando é preciso sair de mim. Por elas vem o que precisa ser menos eu. Mas, tendo portas fechadas, vezes muitas somente eu me basto, e as idéias e palavras que procuro não completam porque, à portas fechadas, eu sou só, somente.

3 comentários:

Janainne Freitas disse...

estranho como me encontro tantas vezes nas tuas palavras :)

Frido disse...

Meu EU nem existe mais... E é isso que me deixa feliz as vezes.

Teu Best Davi! disse...

incrivel como uma pessoa a meia-noite e vinte e dois minutos consegue ser tão...enfim... consegue ser!
amei esse!

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Cinthia Freitas