quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Só faz sentido no fundo da cama


Tenho um segredo também, e é aquilo que nem sei ainda, são as possibilidades de mim, a infinitude do meu sendo, que é transformação e redescobrimento. Tenho um segredo sim, e é aquilo que passo no contato comigo mesmo, segredo do fundo da cama das noites insones, segredo da carne invadida por lâminas frias e sentimentos cruéis. Todos temos segredos, de vontades e faltas, de dores e desprendimentos.
Não por isso, nunca por isso, farei dessa existência que por alguma razão insondável me foi dada um quadro de frustrações incompreendidas; se eu tiver que ser vítima, que seja das minhas escolhas, que seja, portanto, de mim. Porque mesmo quando não peço por algo há um momento em que posso escolher simplesmente querê-lo ou abandoná-lo.
Nem o acaso nem o destino me arrancam simpatia, se as coisas têm um jeito de ser, uma ordem, e se eu também tenho que ter, é no estender dos dias que elas se desvelam, numa cadência ou num vendaval da constante inconstância do meu sentir.
O medo não me torna inconsolável, preciso dele pra possuir tudo o que quero, porque só tenho o que perco, mas não preciso não viver por isso, não preciso não sentir, vivo assim, e vivo.

Um comentário:

Leonardo disse...

Compartilho da mesma opinião a respeito do destino. E na verdade gosto da frase que diz:
"Você faz suas escolhas. Suas escolhas fazem você"

Por mais que muitas vezes as coisas pareçam ser guiadas pelas circustâncias(ou talvez, em outras palavras, o destino), a gente sempre acaba decidindo tudo, ainda que na maioria das vezes de forma inconsciente.

Lembra do dia em que a gente se conheceu? Sair naquele dia pro dragão do mar "com a Rochelle, a Isabelle e uma amiga delas" não me parecia exatamente melhor do que ir pra qualquer outro lugar com outras pessoas, ou mesmo do que ficar em casa. Entretanto eu fui. E aqui estamos.

Pensar nesses "se" e nesses "senão" é muito intrigante, concorda?

bjos!

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Cinthia Freitas