Piso duro, queixo erguido. Lanço um olhar, sobrancelha arqueada, pra um idiotinha qualquer que me atravessa. Tenho curta paciência pra curtos neurônios, pra pouca sensibilidade; curtas palavras, nada a dizer, pra quem não sabe o que quer ouvir.
Minha rebeldia me veio hoje, tardia; nunca na adolescência, ou antes, me filiei, adorei bandas, segui modinhas, fundamentei meus sentimentos sobre o mundo em coisas fora de mim; sempre me achei autora daquilo que vive aqui dentro, mesmo que ouvisse parecido de outros, eu me era, sozinha comigo em infindas noites num mundo-quarto, era criadora de mim e do mundo. Mas quanto não sabia... Quanto não sei...
Me ‘imaginei’ quantas vezes romper a bolha de imaginações em que vivia, e finalmente experimentar as borbulhas da minha alma, sair do intocável e experimentar as sensações. Sempre usei muito bem meu tempo pensando, mastigando idéias, mas não é suficiente, não pode ser.
É justo que minha natureza revolucionária vá ao mundo, se manifeste concretamente. Até que descobri onde eu me fixaria com toda minha alma e a ela permitiria um lugar de liberdade. Nas palavras. Não tive circunstâncias que me levassem a desabrochar de outra maneira, a não ser essa silenciosa, quieta em princípio, mas capaz de causar arroubos como qualquer revolução.
A palavra é como grito minhas batalhas íntimas e invisíveis a vocês, outros; é como me ponho, é por onde me chegam, por onde eu sigo.
Poderia ter sido uma rebelde em época certa, me encaixaria numa adolescente punk, hippie, rock; tenho sentimentos pra qualquer uma dessas vias, mas estive aqui, em mim, colhendo meu próprio material, fazendo meu repertório solo.
Cultivo uma pose pouco simpática, mas é pra quem me olha rápido, fácil, quem me olha devagar e com cuidado sabe ter de mim o que é bom. Ouvi o Lobão cantar agora que “há sempre uma outra pose por trás de quem posa”, é isso aí, há tantas aqui... Há tanto por vir, e estou me apresentando ao espelho todos os dias. Tem gente que nem se olha.
As palavras escrevem trilhas; cheguem a mim, elas estão aqui, soltas e leves... Buscando.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
É exatamente como li nas palavras de Martha Medeiros; o amor é que me justifica como ser humana. Não pretendo colher frutos de riqueza, acumular vitórias e exibir conquistas na vida a não ser as afetivas, a não ser as que soletrem a-m-o-r...
Você vai ter um bom diploma pra justificar os anos de vida, carro, casa e mulherzinha concursada, vida perfeita!
Eu vou ter muitas histórias pra contar e justificar meus anos vividos, um lugar pra descansar minha alma, um cangote com cargo definitivo, um homem concursado em sentimentos... Essa vida perfeita!
Eu gosto de gente que se dá aos prazeres da alma! Não gosto de gente certinha, com roteiro certo na vida, que nuuuuuuunca sai da linha...
É saudável ter um foco, mas quem não sabe que também é saudável perder o equilíbrio? Faz parte da vida, diz o roteiro nada certinho de um filme baseado no romance ‘Comer, rezar, amar’, que, “perder o equilíbrio por amor, faz parte de viver em equilíbrio”. Que lindo! Pra quem olha pro mundo com olhos de sede.
Encontrar sua vida com a de outro alguém vai fazer de você muitas vezes uma bagunça... Que delícia! Se desencontrar e reconstruir dentro e com alguém. Isso é se relacionar, é estar junto, é dividir você e o que existe, pra somar.
Sair do programado pra experimentar vida, isso é amar!
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Agradeço, de coração, a visita !
Cinthia Freitas
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