quinta-feira, 14 de maio de 2009


" Abri a janela. Paris cheirava a asfalto e a tempestade, esmagada pelo calor pesado do estio. Segui André com os olhos.
É, talvez, nesses instantes em que o vejo distanciar-se que ele existe para mim com mais perturbadora evidência: a silhueta alta diminui, desenhando a cada passo o caminho de sua volta; ela desaparece, a rua semelha vazia mas, em verdade, é um campo imantado que o reconduzirá a mim como a seu lugar natural.
Essa certeza me comove ainda mais que sua presença. "


[Trecho do livro Mulher Desiludida de Simone de Beauvoir]


Às vezes quero lhe esconder a tristeza, mas não posso, não há mais ninguém a quem falar, o que me faz pensar que é essa a razão de ainda querer, não sei quando deixei de amar você e pode ser porque ainda não deixei, mas às vezes teus beijos não combinam com minhas vontades e o teu gosto me lembra que alguma coisa está errada enquanto eu deveria estar em deleite; isso dói tanto, porque em verdade não queria perder, não queria encerrar, a idéia de um fim amedronta e acho que é porque pede outro começo...

Um comentário:

Solange Maia disse...

Gostei de ter vindo aqui e conhecido seu blog. Muita qualidade, muita verdade... profundo e poético....
Muito bom.
Parabéns !

Beijo,

Solange Maia

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Cinthia Freitas