segunda-feira, 6 de abril de 2009

Alberto Caeiro




Não Basta

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo disfarce esse do português, de escrever certo por linhas tortas.

E com pseudônimo.

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Cinthia Freitas