" ... e havia também algo em seus olhos pintados que dizia com melancolia: decifra-me, meu amor, ou serei obrigada a devorar, (...)"

Clarice Lispector- Uma Aprendizagem ou O livro dos prazeres


Decifra meus meios para que inteira eu seja tua, devora-me assim, então.

Dê-me a fórmula da paz interior, dê-me a fé infatigável em todos os meus passos, dê-me a coragem para encarar as verdades do meu caminho e a coragem para atrever-se às mentiras, do resto eu cuido, com o meu amor... Mas vês: não posso sozinha.

Dezembro e já é o fim, e de novo o começo
(...)
O tempo, mesmo velho cruel aos meus olhos,
passa e permanece, permanece o mesmo,
permanece em mim e passa,
fica o que não tem cura
leva o que eu queria.

(...) Que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.


Luís de Camões.